PESQUISA CIENTÍFICA

Conheça um pouco mais sobre o meu projeto de pesquisa desenvolvido no Mestrado em Comunicação, entre 2019 e 2021, na Universidade Municipal de São Caetano.

Sobre a Pesquisa

Pesquisa sobre conteúdos digitais e público jovem negro universitário e as mediações ocorridas em mídias sociais e plataformas digitais, com referencial teórico baseado em Estudos Culturais, Cidadania, Negritude e Midiatização, no âmbito da comunicação de interesse público.

A pesquisa parte da pergunta: como as práticas midiatizadas digitais possibilitam a construção da identidade social e noções de cidadania em jovens universitários negros? E tem como objetivo principal descrever de que modo as práticas midiatizadas digitais possibilitam a construção da identidade social e as noções de cidadania em jovens universitários negros.

De abordagem qualitativa, do tipo exploratória, delineamento narrativo, debruça-se a contemplar e investigar seus objetivos pela aplicação de oficinas de trabalho com oito jovens negros universitários da região da Baixada Santista, cujas análises tiveram como resultado que as práticas acontecem em rede social digital, como também com o consumo de conteúdos digitais, como filmes e séries.

As vivências familiar e universitária contribuem ativamente para a construção da identidade negra e também para as noções de cidadania. A partir desses resultados, pode-se construir um Guia Digital do Empoderamento Negro, em formato de e-book multimídia, no qual se aplicou a estrutura de uma árvore, o Baobá, muito popular entre o povo africano, atribuindo a cada seção um componente importante para a construção identitária dos jovens, como música, filmes, séries e dicas para professores e produtores de conteúdo, identificados nas oficinas de trabalhado.

 

Palavras-chave: Comunicação. Negritude. Interesse público. Empoderamento. Mediação. Cidadania. Mídia digital. Jovem.


Clique aqui e acesse a pesquisa no repositório da Universidade


Sobre o Produto

Esta investigação tratou de públicos que estão conectados na maior parte do tempo, seja quando se fala dos produtores culturais digitais ou dos jovens estudados. 

Os influenciadores digitais bem como os jovens que participaram dessa pesquisa podem ser nativos digitais e seus dispositivos são, praticamente, uma extensão de seu corpo (MONTEIRO, 2017) . Para além de canais e perfis, identificou-se nesta pesquisa que a cultura pop, de modo geral, com filmes e séries disponíveis em plataformas digitais, e também a música (e seus videoclipes), tudo consumido principalmente via internet, são fortes balizadores da construção identitária desses jovens. Pensando nisso, e no consumo crescente de conteúdos digitais, a proposta de intervenção construída em formato digital, a partir dos resultados das oficinas, em parceria com os jovens universitários negros, gerou um produto válido para esse público, muito próprio à construção identitária deles. Produziu-se um e-book interativo, intitulado Guia Digital do Empoderamento Negro, como material digital construído em parceria com os estudantes para contar histórias e indicar conteúdos para jovens que estão em processo de empoderamento ou passaram por isso. Apresentamos os conteúdos digitais que consomem, onde podem encontrar dicas de transição capilar, os canais de cultura negra, livros, séries, filmes e tudo o mais voltado para a negritude e juventude. 

Nesse mesmo Guia, há links para acesso ao resultado desta investigação, e ainda orientação para produtores de conteúdo negro sobre abordagens e temáticas indicadas na produção, apontadas durante a pesquisa. Também há a possibilidade de disponibilização de técnicas a serem desenvolvidas por professores e instituições de ensino sobre os assuntos aqui contidos, como racismo, identidade e empoderamento negro, bem como indicações de intelectuais e acadêmicos negros que podem constituir a bibliografia dos cursos universitários. A escolha de um conteúdo em formato digital desse processo de comunicação de interesse público se dá pelas possibilidades de indexação e compartilhamento desse material na internet, além da ampla possibilidade de inclusões de material de forma simplificada. Por ser colaborativo e acreditar-se em sua relevância e potencial inovador, por estar em um ambiente dinâmico e de rápidas mudanças, a constante atualização e inclusão de materiais será essencial. Da mesma forma que é um rico produto de base e referência para consultas a todo momento, é digital. Ou seja, pode ser armazenado ou acessado de qualquer dispositivo eletrônico que tenha conexão com a internet. O formato e-book permite ainda que outras versões e atualizações surjam com o tempo, se houver necessidade.


Conceito do E-book "Guia Digital do Empoderamento Negro"

Ao longo das oficinas foi possível perceber que os conceitos apresentados e a evolução na jornada pessoal de cada um cresceram como árvore: saindo das raízes familiares, partindo para uma base sólida e tronco reforçado, ao florescer e desabrochar do sentir-se negro. O processo de empoderamento para esses jovens foi como adubo e água: essenciais para o seu desenvolvimento.

Pensando nas características apresentadas e na busca por uma ancestralidade há muito perdida, deparei-me com a imagem de um Baobá, a árvore da vida para as religiões de matrizes africanas. Para Waldman (2012, p. 224), o Baobá é:

Verdadeiro símbolo do continente, a sociedade tradicional africana reserva carinho apologético para esta árvore. Certo é que as características do Baobá justificam as emoções que desperta: seu porte magnífico (30 metros de altura e 7 de circunferência), longevidade (séculos ou milênios), capacidade de resistir a longos períodos de seca (concentra 120.000 litros de água) e sua galhada fenomenal (formada por uma ramificação peculiar de galhos e ramos) seduzem qualquer um.

Tendo essa importância histórica e cultural, escolhi o Baobá como metáfora para montar a estrutura do e-book, considerando sua simbologia envolvida nessa escolha e nesse projeto. A árvore milenar representa o desejo de que, ao empoderar-se de sua negritude, esse poder transformador construído perpetue-se por gerações.

A padronização de cores faz uma alusão à parte da árvore ou do processo que se executa naquela seção, e mesmo a escolha dos nomes das seções são referentes ao cultivo de uma árvore.

Para acessar o produto, clique aqui.


Sobre a Instituição

Universidade Municipal de São Caetano - USCS

Programa de Pós-Graduação em Comunicação

Mestrado Profissional em Comunicação de Interesse Público

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